The Best of Klowner

sexta-feira, julho 14, 2006

Que é feito de George Klowner?

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REPORTAGEM ESPECIAL
Quarta-Feira, 22 de Março, 2006. O país e o Mundo acordam chocados. Começam a correr pela imprensa internacional rumores de que o polémico mas mundialmente adorado “The Best of Klowner Blog” poderá encerrar por período indeterminado nesse mesmo dia. Batalhões de jornalistas concentram-se junto da residência oficial de George Klowner, autor do projecto, em Cascais, na esperança de conseguir arrancar alguma informação. Contudo, é com surpresa, frustração e quase desespero que ouvem o seu fiel mordomo inglês comunicar em três línguas diferentes uma mesma mensagem: o mediático criativo não visita a sua mansão desde segunda-feira. As horas passam e o seu paradeiro é ainda desconhecido, como incerto é também o futuro próximo da sua criação bloguística. Avolumam-se os receios de que algo de muito grave esteja para acontecer. A tensão instala-se e o mundo sustém a respiração.
E eis que, subitamente, surge a notícia que ninguém queria ouvir. Às 10 e meia da manhã, milhares de cibernautas assistem em directo à confirmação de que os boatos eram, realmente, verdadeiros. Num curto comunicado de 22 linhas, aparentemente escrito num irónico tom jocoso, George Klowner anuncia uma pausa sabática, alegando que está cansado de mais já que “isto de ter um Blog, ao fim e ao cabo, cansa”, aproveitando esta pausa para “descanso do pessoal”. Promete, contudo, voltar “fresco e revigorado” o mais brevemente possível.
Imediatamente se assiste a uma vaga com dimensões sem precedentes de declarações de pesar por parte de inúmeros líderes mundiais e de outros membros influentes da comunidade internacional.
Koffi Annan é o primeiro a afirmar tratar-se de “um dia trágico para toda a Humanidade”. Também Durão Barroso, que imediatamente reuniu o Conselho de Emergência da Comissão Europeia, em Bruxelas, declara que “este período de espera será, para mim e para todos os europeus, uma sufocante tortura psicológica”. Sentimentos que vão de encontro também à angústia de Tony Blair, que deixa escapar, comovido e por entre lágrimas, que “o povo inglês e o Mundo acordará todos os dias com a sensação tormentosa de que falta qualquer coisa”. Já George W. Bush prometeu “castigar severamente o Irão por mais este atentado terrorista à democracia e ao bem-estar global”, enquanto José Castelo Branco classificou George Klowner como “uma grande bicha, que ainda por cima se veste horrendamente”, tendo de seguida mergulhado num choro copioso e desalmado.
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Poucas horas depois, começavam já, através da Internet e da Blogosfera Internacional, a mobilizar-se movimentos de apoio e solidariedade. Por entre vigílias, procissões, marchas de protesto, buzinões e de uma torrente de comentários ao seu último Post, que conseguiu, inclusivamente, entupir os sistemas da Blogspot, sucederam-se as manifestações de descontentamento e de tristeza, ficando indubitavelmente assinalada na história da Humanidade aquela que viria a ser conhecida como “A Marcha Chorosa de Estocolmo”. Foi sem dúvida a mais mediática de todas elas, já que sendo a Suécia um país no qual o autor tem ascendência, se esperaria que trouxesse muita gente para as ruas. Contudo, ninguém poderia prever que nesse dia 28 de Março uma marcha lenta movesse cerca de 2 milhões de admiradores provenientes de toda a Europa, provocando o caos nas ruas da capital Sueca. O mundo chorava em uníssono a ausência do seu mentor bloguístico.
Contudo, começaram a despontar rumores que sugeriam que algo de perverso estaria por detrás desta súbita ausência.
Os mais fiéis discípulos do proeminente blogger lançaram, imediatamente após o anúncio, a suspeita de que o comunicado parecia distante do habitual estilo de escrita de Klowner. Analistas especializados vieram alimentar esta teoria, afirmando que “algo de muito estranho se passou”, já que “parece haver sinais evidentes de que George Klowner não é o único responsável pelo teor do comunicado; as palavras e o estilo utilizados denotam, claramente, que o seu autor está sob pressão de terceiros”, como afirmou a 2 de Abril José Pacheco Pereira em Conferência de Imprensa.
Para agravar ainda mais este clima generalizado de desconfiança, a partir de dia 22 não mais deu George sinais de vida. A Interpol iniciou dia 15 de Abril uma verdadeira caça ao homem, numa operação de busca que se estendeu a todos os países europeus, a todo o continente americano, sudeste asiático e Austrália. Surpreendentemente, apesar de esta ter sido a mais dispendiosa operação de sempre da organização, foram muito poucos os resultados positivos, o que levou à sua suspensão em meados de Junho. Num comunicado oficial patrocinado pela ONU, a Interpol anunciou as últimas informações disponíveis apontam para que Klowner possa estar, presumivelmente, “nas mãos de uma cruel organização terrorista que o mantém refém por razões desconhecidas”, havendo mesmo a hipótese de ter sido “morto por um fenómeno atmosférico raro que devastou a costa de Madagáscar” onde, alegadamente, “terá sido visto pela última vez por um pequeno grupo de pescadores de peixe-gato”.
Estas notícias, apesar do grau de incerteza com que foram dadas, vieram agravar ainda mais o clima de consternação mundial. Diversos países como a República Checa, Canadá, Suécia, Finlândia, Reino Unido e Irlanda decretaram 7 dias de luto nacional. A economia das Ilhas Caymans (especialmente a da sua capital, Georgetown), altamente dependente da produção do merchandising oficial do Blog de Klowner, mergulhou numa espiral inflacionista incontrolável, caindo num ciclo de bancarrota e assistindo, impotente, ao crash da bolsa nacional. Também se repetiram um pouco por toda a Ásia os fenómenos de suicídio colectivo perpetrados por núcleos de jovens fãs.
Até hoje, tudo de mantém na mesma. Nada se sabe sobre o paradeiro de George Klowner, se está vivo ou morto, e o Mundo olha com desespero para o futuro do Blog e da própria Humanidade.
Nunca se imaginou que o desaparecimento de um único homem pudesse, nos dias de hoje, abalar tão significativamente as bases do mundo ocidental. Mas a verdade é que desde 22 de Março o mundo nunca mais dormiu descansado. Sobrevive unicamente a esperança quase sebastiânica do regresso vitorioso de Klowner, acompanhado pelo temor aterrorizante de que o mundo não se consiga recompor desta cada vez mais inevitável perda.
A grande questão mundial é, hoje, uma só:
O que é feito de George Klowner?

Ana Teresa Gomes, enviada especial da Visão em Londres, com Agência Lusa
14 de Julho de 2006

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