The Best of Klowner

quinta-feira, janeiro 12, 2006

É só a mim que cheira a esturro?

Tudo parece ter acabado em grande e com harmonia a rodos.
A Guida foi presa, a Luisa morreu, tudo feliz e contente, menos estas duas é claro. Até a grande panóplia de gays acabou contente, a festejar o fim da novela com champanhe, devidamente atirado para o peito uns dos outros. Tudo está bem quando acaba bem, não é?
Pois bem, eu não me conformo. Eu continuo a acreditar que esta história está muito mal contada. Estão a querer impigir-nos uma grande farsa, uma mentira, numa conspiração com dimensão multinacional para nos fazer acreditar que foi a Guida a matar o António. Mas a mim, ninguém me cala, como diria o homem com a barba mais bem aparada de Portugal, Manuel Alegre.
Eu sei, e vocês sabem também, que não foi a Guida a matar o António. Infelizmente, só o António poderá saber quem o matou (ou nem isso), e ele já está um bocado morto de mais para se preocupar.
Por isso, cabe-nos a nós, cidadãos responsáveis e que acreditam na justiça, descobrir a verdade. Somos heróis dos tempos modernos, com ou sem collants e ajudantes com orientação sexual duvidosa, mas com uma missão inegualável pela verdade. Façamo-lo em memória deesse grande vilão português, António de Paiva Calado. Só assim conseguiremos dormir descansados à noite, depois do dever cumprido.
E a única maneira de fazer isto é através de uma coisa de que vamos ouvir falar muito nos próximos tempos: uma urna de voto. Vamos votar até à exaustão até descobrir-mos quem raio matou o António. Nunca falha e é científico: o resultado da votação vai por o culpado na cadeia.
E, para além disso, vamos cumprir mais um ritual tipicamente português: isto de dar a opinião.
Um português, seja quem for ou de onde for, tem sempre opinião sobre tudo. Mas tudo. Seja sobre a melhor maneira de rechear um lombo de porco com bacalhau à brás, sobre o melhor sistema táctico para a Selecção Nacional de Curling do Bangladesh ou sobre a utilização frequente de analogismos ideo-sincráticos nas obras de Pablo Neruda. O português sabe tudo sobre tudo, e as frases que comecem por "Bem, eu acho que..." ou "Sabe, na minha opinião..." estão consagradas como o ínicio de uma longa dissertação sem argumentos válidos, tão típica da cultura portuguesa. Vivemos num gigantesco "Conversas de Quintal", a parte mais indignificante, rastejante, periclitante, preocupante e irritante do programa do Goucha.
Por isso, vão em frente. Sejam um português de jeito e dêem a vossa opinião. Vamos deslindar de uma vez por todas este caso mítico da justiça europeia.
Vota. Vais-te sentir bem melhor.
Um Obrigadinho bem Português.
GK



Post Scriptum: As urnas estão abertas até dia 15 de Fevereiro. Mas caramba, por uma vez na vida, não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. Sabes bem o quanto o António ia gostar do teu gesto...

1 Comments:

  • É assim jorge... eu estou a ficar realmente desiludida contigo..! Pensei que irias postas algo sobre a grande Bomba...daqui a pouco já não faz sentido nenhum um coment sobre a bomba..! =(
    Fico a espera...!
    (P.S.: Não deixes de estudar IDES por causa do coment...!)

    By Anonymous Anónimo, at 6:06 da tarde  

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