Um Post pouco católico...
Outro dia passei por Fátima e vi com agrado o avanço das obras da nova basílica. É que para uma empreitada portuguesa, a coisa vai muito bem: ainda não chegou, que eu saiba, aos dez anos de construção, o que deve ser um grande record, até porque aquilo ainda leva muito cimento... Mas houve particularmente dois aspectos desta mega construção que me deixaram pensativo. E toda a gente sabe como é perigoso quando isto acontece...
O primeiro alvo da minha preocupação é o nome. Vocês também sabem a importância que eu dou ao nome de grandes construções... (A propósito, vai ser feita uma petição para atribuir um nome digno ao novo aeroporto: "Aeroporto Mantorras Internacional". Muito melhor. Até pode ser que, imbuídos pelo espírito de caridade, já designado também por espírito "Mantorraziano", os estrangeiros até se dêem ao trabalho de aterrar na Ota e percorrer mais de 50 Km para chegar a Lisboa. Só mesmo pelo bom do Mantorras... E se esta não pegar, há já outra na forja: "Apiadeiro de TGV Mantorras zum zum", ou mesmo "Estação Obikwelu", já que nem só de Aeroportos vive o país. A recolha de assinaturas começa em Janeiro...)
Desculpem este aparte longuíssimo. Como provavelmente ja se esqueceram, eu repito. Estava a falar sobre o nome da nova Basílica. É nem mais nem menos que "Basílica da Santíssima Trindade". Santíssima Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo. Pensem comigo, se são três pessoas a viver na mesma Basílica, não é uma igreja, é um condomínio privado! E eu é que não queria ser o Administrador de um Condomínio tão grande e tão redondo. Para tratar da limpeza deve ser uma chatice.
E além do mais, é um nome que não diz muito aos portugueses. Os portugueses sabem lá quem é a Santíssima Trindade. Se perguntarem a qualquer português aparentemente normal, ele dir-vos-á que a Santíssima Trindade é o Eusébio, a "Xodona" Amália e, é claro, o Mantorras. Tinha que ser um nome mais apelativo ao coração português. Tipo "Basílica Vamos ajudar uma pobre senhora que pesa 279 quilos, vive na Ota e vai deixar de conseguir dormir por causa dos aviões e, ainda por cima, nunca viu o mar" ou "Basílica Sandes de Couratos e um Tintinho", que são as coisas que realmente tocam no coração dos portugueses. Não tenho razão?
Mas mais que o nome, houve outra particularidade daquela construção que me deixou pensativo e mesmo comovido. Falo da falta de condições dos trabalhadores. Sim, ninguém se lembrou de como deve ser difícil para um trolha trabalhar em Fátima. Falta-lhes a condição sine qua none da trolhisse. Falta-lhe o direito ao piropo! Imaginei que são um mestre de obras (o que para alguns dos meus leitores não será muito díficil) num andaime da nova basílica. Ponto número um: a maior parte das mulheres que passam pela obra ou são idosas ou são freiras ou são ambas. Que condições tem um trabalhador para piropear, se só lhe aparece tal gente? Mesmo que por acaso caminhe elegantemente pela construção alguma jovem digna de um "Oh boa!" ou mesmo de um convicto, e desculpem a gíria, "Papava-te toda!", o trolha sente-se coagido pelo ambiente que o rodeia. Não há condições para o piropoamento. Há quem tente adequar os piropos ao local sagrado onde está, com pérolas como "Levava-te ao céu, meu anjo!" mas é sempre um piropo contido e tímido, e há sempre um desconforto patente nesta actividade fulcral do trabalho de um trolha. E isto preocupa-me, minha gente. Um trolha sem o piropo é um trolha infeliz. É um grande risco para a segurança da construção.
Defendo por isso que se tomem medidas urgentes para a resolução deste gravíssimo problema. Proponho a contratação de jovens designadas no ramo como "boas como o milho" para que circulem à volta do santuário, satisfazendo esta necessidade inata do construtor civil. Mais, por que não a criação de uma "Very Happy Hour", em que se proceda à evacuação do Santuário para dar ao trolha o espaço para dar largas à sua fértil imaginação? Uma hora em que pudesse descarregar todos os piropos acumulados, sem perturbar ninguém, sem intercalar as Avé Marias com as suas audazes palavras.
É que isto é realmente necessário e urgente, caro leitor. Nesta situação quase desumana de falta de condições de trabalho, o pobre trolha não se pode aplicar a 100% àquilo a que chamam "a arte". E quem sofre é a Basílica, que acumulará deficiências na sua estrutura provocadas por estes trabalhadores desmotivados e sem razão de viver.
Por favor, deixem os trolhas trabalhar!
Depois quando a Basílica ruir, soterrando milhares de fiéis, não me venham dizer que eu não vos avisei...
GK
O primeiro alvo da minha preocupação é o nome. Vocês também sabem a importância que eu dou ao nome de grandes construções... (A propósito, vai ser feita uma petição para atribuir um nome digno ao novo aeroporto: "Aeroporto Mantorras Internacional". Muito melhor. Até pode ser que, imbuídos pelo espírito de caridade, já designado também por espírito "Mantorraziano", os estrangeiros até se dêem ao trabalho de aterrar na Ota e percorrer mais de 50 Km para chegar a Lisboa. Só mesmo pelo bom do Mantorras... E se esta não pegar, há já outra na forja: "Apiadeiro de TGV Mantorras zum zum", ou mesmo "Estação Obikwelu", já que nem só de Aeroportos vive o país. A recolha de assinaturas começa em Janeiro...)
Desculpem este aparte longuíssimo. Como provavelmente ja se esqueceram, eu repito. Estava a falar sobre o nome da nova Basílica. É nem mais nem menos que "Basílica da Santíssima Trindade". Santíssima Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo. Pensem comigo, se são três pessoas a viver na mesma Basílica, não é uma igreja, é um condomínio privado! E eu é que não queria ser o Administrador de um Condomínio tão grande e tão redondo. Para tratar da limpeza deve ser uma chatice.
E além do mais, é um nome que não diz muito aos portugueses. Os portugueses sabem lá quem é a Santíssima Trindade. Se perguntarem a qualquer português aparentemente normal, ele dir-vos-á que a Santíssima Trindade é o Eusébio, a "Xodona" Amália e, é claro, o Mantorras. Tinha que ser um nome mais apelativo ao coração português. Tipo "Basílica Vamos ajudar uma pobre senhora que pesa 279 quilos, vive na Ota e vai deixar de conseguir dormir por causa dos aviões e, ainda por cima, nunca viu o mar" ou "Basílica Sandes de Couratos e um Tintinho", que são as coisas que realmente tocam no coração dos portugueses. Não tenho razão?
Mas mais que o nome, houve outra particularidade daquela construção que me deixou pensativo e mesmo comovido. Falo da falta de condições dos trabalhadores. Sim, ninguém se lembrou de como deve ser difícil para um trolha trabalhar em Fátima. Falta-lhes a condição sine qua none da trolhisse. Falta-lhe o direito ao piropo! Imaginei que são um mestre de obras (o que para alguns dos meus leitores não será muito díficil) num andaime da nova basílica. Ponto número um: a maior parte das mulheres que passam pela obra ou são idosas ou são freiras ou são ambas. Que condições tem um trabalhador para piropear, se só lhe aparece tal gente? Mesmo que por acaso caminhe elegantemente pela construção alguma jovem digna de um "Oh boa!" ou mesmo de um convicto, e desculpem a gíria, "Papava-te toda!", o trolha sente-se coagido pelo ambiente que o rodeia. Não há condições para o piropoamento. Há quem tente adequar os piropos ao local sagrado onde está, com pérolas como "Levava-te ao céu, meu anjo!" mas é sempre um piropo contido e tímido, e há sempre um desconforto patente nesta actividade fulcral do trabalho de um trolha. E isto preocupa-me, minha gente. Um trolha sem o piropo é um trolha infeliz. É um grande risco para a segurança da construção.
Defendo por isso que se tomem medidas urgentes para a resolução deste gravíssimo problema. Proponho a contratação de jovens designadas no ramo como "boas como o milho" para que circulem à volta do santuário, satisfazendo esta necessidade inata do construtor civil. Mais, por que não a criação de uma "Very Happy Hour", em que se proceda à evacuação do Santuário para dar ao trolha o espaço para dar largas à sua fértil imaginação? Uma hora em que pudesse descarregar todos os piropos acumulados, sem perturbar ninguém, sem intercalar as Avé Marias com as suas audazes palavras.
É que isto é realmente necessário e urgente, caro leitor. Nesta situação quase desumana de falta de condições de trabalho, o pobre trolha não se pode aplicar a 100% àquilo a que chamam "a arte". E quem sofre é a Basílica, que acumulará deficiências na sua estrutura provocadas por estes trabalhadores desmotivados e sem razão de viver.
Por favor, deixem os trolhas trabalhar!
Depois quando a Basílica ruir, soterrando milhares de fiéis, não me venham dizer que eu não vos avisei...
GK

4 Comments:
Amigo Klowner,
Se os trolhas que se encontram nesse local sagrado e de oração forem trolhas com queda para a engenharia, talvez se lembrem de mandar o seu grito piropiante durante os badalos dos vários sinos… Às doze horas seria a maior concentração de poluição de piropos, o piropsmog. Não sei se eles têem alguma necessidade que alguém os ouça! Mas de qualquer maneira podem utilizar o velhinho pombo-correio (Pombos por lá acho que não faltam) para enviar os seus piropos em versão escrita à pessoa destinada sem terem de levar um valente sermão das entidades eclesiásticas que por lá vagueiam! Neste método talvez não vá aquela emoção sonora. Nem sempre o que sai da boca de um trolha pode ser entendido como um piropo. Um exemplo disso, é um trolha a martelar e a pancada acidentalmente falha o prego e vai bater em cheio no dedunhos. Claro aqui o martelo muda de nome num instante, mas se nesse momento há uma jovem a passar, ela pode considerar que o novo cognome do martelo seja dirigido a ela… Mas enfim, depois vem a policia e resolve o caso! Como disse no início, Fátima é um local de oração, e não venham com coisas, cada um é livre de fazer as suas próprias orações do modo como entenderem… Há que agradecer TODAS as belezas que Deus criou de acordo com a natureza de cada um!!!
E para não faltar com nada nesta crónica, anuncio aqui que é uma honra para mim sermos da mesma cor…
Um abraço do Carlos
PULFDB – 'para não criar nenhuma confusão com PS' Ãh! Acrescenta mais um leitor à tua infindável lista de únicos leitores fiéis…
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Anónimo, at 10:18 da manhã
Direito de Resposta
Caro Luís, tocaste um ponto tão importante que eu até me tinha esquecido: ao fim e ao cabo, o piropo é um acto de oração, de acção de graças e mesmo de evangelização.
Por isso, os piropoadores têm de deixar de ser descriminados, de serem olhados de soslaio e postos à margem da comunidade eclsiástica e laica portuguesa. Eles prestam um grande serviço à nação, caramba! Como seria este país sem o piropo?
Por isso vamos acabar com este escândalo. Vamos legalizar o piropo e criar condições para o piropoamento. Lá fora, os piropoadores já estão profissionalizados. Só aqui é que são tratados como simples trolhas. É uma vergonha...
Senhor Presidente, ou actul ou o próximo, se me estão a ouvir, não deixem passar isto em claro! Comendas para todos os piropoadores, e uma também para o Luís, que comigo batalha bravamente para a salvação da, esta sim, mais antiga profissão do país.
Salvem o Piropo.
O Piropo é bom como o milho.
Viva o Piropo.
Viva Portugal.
GK
POST SCRIPTUM - Reparem como a lista de leitores não para de crescer. Isto só pode querer dizer uma coisa: já está toda a gente de Férias...
Mas não revelaste o nome de tão misterioso leitor... Isto ainda vai gerar mais suspaense que a morte do António. E já agora, para que conste das actas, não fui que o matei. Nessa noite estava em casa da Vera, e ela provava-o se fosse preciso, se não estivesse agora de volta à Ucrânia.
Mas não fui eu, ok? Escusam de vir bater à minha porta...
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GK Sucena, at 11:30 da manhã
LOOOOl eu nem me vou dar ao trabalho de comentar o texto porque estou se palavras! clap!clap! clap! gostei iemnso! E ri-me muito. Beijinhos, oh doce :P
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Anónimo, at 2:57 da tarde
Direito de Resposta
Cara Rita
Espero sinceramente que deixes de fumar essas subtâncias que, segundo tu alegas, te fazem rir muito. Ao que parece, não faz nada bem à saúde. Come antes uma peça de fruta.
De qualquer forma, um obrigadinho bem português.
GK
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GK Sucena, at 5:56 da tarde
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